16 de agosto de 2013
Confrontos deixam centenas de mortos em "Dia de Ira" no Egito
Foi liberado em larga escala o uso de munição letal, e já
passa de 600 mortos.
Manifestantes jogam viatura de cima da ponte |
Mais de 600 mortos, mais ainda não se sabe o numero real |
Sem nenhum sinal de recuo, a Irmandade Muçulmana anunciou mais uma semana de protestos nacionais.
MUNIÇÃO REAL
O Exército colocou veículos blindados nas principais vias da capital, e o Ministério do Interior disse que a polícia voltaria a usar munição real contra quem ameaçar prédios públicos.
A raiva nas ruas estava dirigida ao comandante do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi, que comandou a derrubada de Mursi no mês passado, após sucessivas manifestações com milhões de pessoas exigindo a renúncia dele.
"O povo quer o carniceiro executado", disse Mustafa Ibrahim, de 37 anos, referindo-se a Sisi, enquanto participava da passeata no centro do Cairo, sob forte sol de verão.
Em nota, a Irmandade disse que "os golpistas perderam completamente a cabeça, as normas e os princípios hoje".
Serviços de emergência disseram que oito manifestantes morreram em confrontos em Damietta, no litoral; cinco em Fayoum, ao sul do Cairo; quatro em Ismailia, no canal de Suez; quatro em Tanta, no delta do Nilo; oito em Alexandria, segunda maior cidade egípcia; e quatro em Port Said.
Não se tem ideia do numero de feridos |
Testemunhas disseram que partidários de Mursi saquearam uma igreja católica e uma escola cristã na localidade de Malawi, e que uma igreja anglicana também foi incendiada. A Irmandade, acusada de incitar ao sentimento anticristão, negou ter atacado igrejas.
Vários governos estrangeiros condenaram a violência dos últimos dias no Egito, e os EUA anunciaram uma revisão da sua cooperação, mas sem incluir necessariamente um corte na ajuda principalmente militar de 1,3 bilhão de dólares por ano ao Egito.
(Reportagem adicional de Michael Georgy, Tom Finn, Yasmine Saleh, Mohamed Abdellah, Ahmed Tolba e Omar Fahmy)
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